O Rio Paraíba, situado no coração da cidade de Itabaiana, é um dos rios mais importantes do estado da Paraíba. No entanto, ele enfrenta graves problemas ambientais que impactam negativamente a saúde pública, a qualidade de vida das comunidades ribeirinhas e o potencial turístico da região. A poluição das águas do rio, resultante do despejo descontrolado de dejetos domésticos e industriais, e o acúmulo de lixo são questões críticas que demandam a atenção urgente das autoridades e da sociedade em geral.
A vegetação ao longo do Rio Paraíba tem sofrido profundas alterações devido à poluição. As margens, que deveriam ser cobertas por uma mata ciliar densa — essencial para a proteção e manutenção do ecossistema aquático —, estão sendo ocupadas por espécies invasoras que conseguem sobreviver em ambientes degradados. Esta substituição compromete a biodiversidade e a qualidade da água, uma vez que a mata ciliar age como um filtro natural, impedindo que poluentes cheguem diretamente ao leito do rio.
Os dejetos provenientes das residências, muitas vezes lançados no rio sem qualquer tratamento adequado, contribuem para a disseminação de doenças transmitidas pela água, como a hepatite, a leptospirose e a esquistossomose. A falta de saneamento básico em muitas áreas de Itabaiana agrava ainda mais essa situação, expondo a população a riscos constantes. Além disso, o lixo jogado no rio e nas suas margens não apenas polui o ambiente, mas também causa enchentes, ao obstruir os canais de escoamento natural da água.
A poluição do Rio Paraíba, localizado no centro de Itabaiana, também afeta diretamente o turismo, uma das potencialidades econômicas da região. O rio, que poderia ser um atrativo natural para visitantes e um ponto de lazer para a população local, transforma-se em uma fonte de desconforto e preocupação. A degradação ambiental e os problemas de saúde associados afastam turistas e prejudicam o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis relacionadas ao ecoturismo e ao turismo cultural.
Essa situação desastrosa tem um impacto significativo nos gastos públicos com saúde. O tratamento de doenças decorrentes da poluição hídrica e a necessidade de campanhas de limpeza e de conscientização geram altos custos para o município. Esses recursos poderiam ser melhor empregados em melhorias na infraestrutura de saneamento básico e em projetos de recuperação ambiental, beneficiando diretamente a população local.
Infelizmente, as autoridades frequentemente se mostram omissas diante dessa problemática. A falta de fiscalização rigorosa e de políticas públicas efetivas para a gestão dos resíduos e a proteção dos recursos hídricos perpetua o ciclo de degradação do Rio Paraíba. Ações paliativas e pontuais não são suficientes para reverter o quadro atual; é necessária uma abordagem integrada e contínua, envolvendo o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil.
A responsabilidade pela preservação do Rio Paraíba é coletiva. A conscientização ambiental deve ser promovida desde a base, nas escolas e nas comunidades, para que cada indivíduo compreenda o impacto de suas ações no meio ambiente. A implementação de sistemas eficientes de coleta e tratamento de esgoto, juntamente com programas de reciclagem e destinação adequada do lixo, são medidas fundamentais para mitigar os danos já causados e prevenir novos problemas.
Em suma, a degradação do Rio Paraíba reflete as falhas na gestão ambiental e a falta de conscientização da população. A solução para essa crise exige um esforço conjunto e contínuo, com ações concretas e sustentáveis que promovam a recuperação e a preservação desse importante recurso hídrico. Somente assim será possível garantir um futuro saudável e equilibrado para as gerações atuais e futuras em Itabaiana e em todo o estado da Paraíba, restaurando, ao mesmo tempo, o potencial turístico da região.
Por, George Mendonça