A destruição de um templo da Assembleia de Deus em Moreno, Pernambuco, por ordem do presidente da IEADPE, pastor Aílton José Alves, gerou uma forte revolta entre a comunidade local e os membros da igreja. O templo foi erguido há 24 anos com recursos e trabalho da comunidade, e a decisão de demoli-lo sem aviso prévio deixou os fiéis indignados, sentindo-se traídos por aqueles que deveriam cuidar do rebanho. A liderança, que deveria proteger e zelar pelo patrimônio espiritual e emocional da igreja, agiu de forma autoritária e desrespeitosa, rompendo a confiança e a unidade entre os irmãos.
Esse fato nos leva a refletir sobre questões importantes à luz da Bíblia. Jesus Cristo ensina que a verdadeira igreja não se resume a um edifício físico, mas sim ao corpo de crentes que são o templo do Espírito Santo. Em 1 Coríntios 3:16-17, o apóstolo Paulo alerta sobre a gravidade de destruir o templo de Deus: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo." A destruição de um local sagrado como este, ainda mais sem o consentimento ou o respeito pelos membros da congregação, não é apenas um ataque ao edifício, mas à própria comunidade de fé, que dedicou suas vidas e recursos para erguer aquele lugar de adoração.
A ação do pastor Aílton, segundo as alegações, parece ignorar o princípio bíblico de que a liderança deve ser serva, não opressora. Em 1 Pedro 5:2-3, a Palavra orienta que os pastores devem apascentar o rebanho de Deus "não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho." No caso em questão, o uso de poder para demolir um templo sem diálogo ou respeito à vontade da congregação é um exemplo de como a autoridade pastoral pode ser mal utilizada, trazendo dor e divisão, em vez de união e paz.
O relato de que a igreja foi erguida sem apoio financeiro da liderança e que a demolição foi ordenada sem consulta apenas reforça a sensação de abandono e de abuso de poder. Esse tipo de comportamento se assemelha aos líderes religiosos que Jesus condenou no evangelho de Mateus 23:4, quando Ele criticou os fariseus por impor fardos pesados sobre o povo, sem oferecer ajuda: "Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar e os colocam sobre os ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los."
Além disso, a Bíblia fala da importância da unidade no corpo de Cristo. Efésios 4:3 nos ensina a "esforçar-se para preservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz." Quando a liderança de uma igreja toma decisões autoritárias que causam divisões, o vínculo da paz é quebrado, e o corpo de Cristo sofre. Em vez de ser uma força unificadora, a destruição do templo em Moreno causou uma ruptura na comunhão entre os irmãos, o que é um sinal de que a liderança falhou em seu papel bíblico de preservar a unidade e o cuidado pastoral.
A situação também reflete o que a irmã Cosma, proprietária do terreno, expressou: a dor de ver algo construído com amor e sacrifício ser destruído sem consideração pelos que o ergueram. Isso nos lembra da importância de líderes que valorizam o esforço da comunidade e promovem o bem-estar espiritual acima de qualquer interesse pessoal ou institucional.
Em resumo, a crítica à destruição do templo em Pernambuco deve se basear no ensinamento bíblico de que a igreja é um lugar de comunhão, serviço e respeito mútuo. Quando líderes abusam de seu poder, eles afastam as pessoas da verdadeira essência do evangelho. A igreja deve ser um local de edificação espiritual e unidade, e qualquer ação que destrua isso, seja física ou espiritualmente, vai contra os ensinamentos de Cristo. A liderança cristã é chamada a ser humilde e serva, não opressora, e sempre deve buscar o bem maior do rebanho que lhe foi confiado.
Por, George Mendonça